sábado, 23 de maio de 2009

O começo - parte 3.



Depois de 10 dias internado, o Miguel teve alta. Ele ainda se chamava Valentin, porém eu nunca conseguia lembrar do nome. Tinha que pensar 2 segundos antes de chamá-lo. Sabia que não daria certo e decidi mudar o nome pela terceira vez. Olhei bem para a carinha dele e percebi que seu nome deveria ser Miguel. Quem o conhece não tem dúvida disso, porém o coitado haveria de passar por uma crise de identidade. Primeiro eu achava que era uma fêmea e o chamava de Pantera, depois dei o nome de Valentin e nunca lembrava, mudei para Miguel e um dia mandei tirar suas bolas. Além disso, de 3 kg, peso de quando chegou, passou para 5 kg e é obrigada a carregar para cima e para baixo uma pança de tamanho considerável. Suas tetinhas não deixam por menos, são enormes! Resultado, ele pensa que é uma mãe e deixa qualquer gato ou cachorro mamar nele. Sério. Muitos já tentaram e ele adora!! Mas voltando ao assunto de quando ele entrou de vez na minha casa e na minha vida. Fui buscá-lo no hospital e quando o veterinário o trouxe no colo ele estava mega tenso, com o rabão duro no ar. Quando falei com ele e o peguei, ele desabou no meu colo, relaxou 100%. Meu coração começou a amolecer. Chegando em casa, porém, fiquei morrendo de medo dele. As unhas eram enomes e ele queria agarrar minhas pernas. A Lili tentou me convencer a aparar as unhas, mas traumatizada com a terrível ação de minha mãe de mandar um veterinário extrair todas as unhas de um gato que tive, preferi deixá-las ao natural (hoje em dia a gente apara senão não dá nem para brincar com ele). Durante as noites decidi trancá-lo no banheiro. Meu apartamento era muito pequeno e não tinha divisões entre os ambientes, então só restava mesmo o banheiro. Morria de medo de que ele pulasse na minha cara enquanto eu estivesse dormindo. De dia, a cama servia de refúgio. Lá vinha ele atrás de mim e eu pulava em cima da cama. Com a cegueira recente ele ainda não pulava em nenhum lugar... decidi, então, deixá-lo solto pela casa. Antes, quando eu o prendia no banheiro a caixa de areia ficava intacta e a caminha dele toda suja de xixi e cocô, pensei que fosse devido a cegueira, mas que nada, no dia que resolvi deixá-lo circulando pelo ambiente, nunca mais errou a caixinha de areia! Quando dormia no chão do quarto, era na direção da minha cabeça. Se eu levantava, ele também levantava e me seguia. Se eu deitava, ele deitava. Se eu saía de casa e encontrava minha vizinha Débora e ficávamos de papo no corredor, ele só faltava se esgoelar dentro de casa de tanto miar. E ele mia "falando" ma-ma-mãeeeee. Verdade! Tudo isso amolecia meu coração, mas ainda eu fugia dele dentro de casa, hehe, até o dia em que meu último refúgio foi para o beleléu. Ele no chão, eu na cama conversando com ele. Ele super compenetrado, prestando atenção de onde a voz vinha. De cima, ele percebeu. Colocou uma patinha na beirada da cama, colocou a outra, se apoiou e subiu! Senti orgulho, é verdade. Tenho que dizer que tenho um gato gênio. No decorrer das histórias vocês vão entender. Decidi, então, deixá-lo dormir comigo na cama. Ele escolheu deitar nos meus pés. Ótimo, não ia acordar desfigurada! Durante a noite dava uma espiada nele e ele lá, quietinho. Em alguns dias eu já confiava nele. Em semanas, me apaixonei por seu jeito meigo, doce, por sua inteligência e peraltices. Depois de mais de um ano vivendo com ele, posso dizer que o amo loucamente com todo o meu coração. O Miguel foi o maior presente que eu poderia receber em 2008 (Deus fez uma troca comigo - levou minha ovelha Zahra - essa estória eu conto mais pra frente -, mas me concedeu o privilégio de fazer parte da vidinha do Miguelito) e quase que eu estrago tudo! Sorte minha que ninguém quis adotá-lo! Hoje em dia não dou, não vendo e não empresto!!

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